O Grasnar do Patinho Feio
Grasnares soltos sobre a vida, estados de alma e estados físicos, coisas boas e menos boas, sonhos e lamentos, dúvidas e descobertas. Grasnares - meus e teus - sobre o que nos apetecer. Desde que saiba bem e faça ainda melhor!
10.7.23
Deixou-me triste
3.7.23
Montanha-russa
Já é típico começar com um "Há muito que não vinha aqui...". Claro que hoje não vai ser diferente!
Na semana passada, conversas giras, com tempo (dei-me tempo para estar com Amigos, achei que merecia e precisava!). Almoço com J em na vila de Bacon, jantar com grupo do 1º emprego, outra jantar com as "meninas" do R. Laços de décadas! Semana boa, de reencontros, com direito a um post muito elogiado no FB. Acho que estava inspirada, na foto e no texto.
Domingo de manhã cai que nem uma bomba a notícia da morte do G. Do G, amigo de sempre do meu irmão, juntos nas loucuras e nas partidas que pregavam. Eram os 3, mais o do sinal, os 3 da vida airada. E quando era para estar sério, era-o mesmo! Exactamente 2 anos mais novo, trocávamos parabéns. Como este ano. Agora ficam só elas. 2 + 1, que a distância deve ainda ampliar as saudades e a vontade de estar e chorar juntas.
Nesse mesmo dia, a notícia do Pai dos 3, dos 2 artistas. O meu velho também amigo do meu irmão e colega. Os 2 mais novos "aturaram-me" nos grupos. Não os via há muito mas partilhamos muitas aventuras, risos, viagens. Nós e os outros, os que passaram para estar com eles, tentando ser bálsamos nestas horas complicadas.
Apesar de muitos já não partilharmos o dia-a-dia, os sorrisos, a cumplicidade permanecem. As histórias partilhadas que não podem ser apagadas.
O tempo favoreceu uns, robusteceu outros. Mas há uma palavra, um gesto que faz o tempo voltar atrás, umas décadas atrás, e voltam os sorrisos, as histórias. As saudades boas.
Encontramo-nos ultimamente em momentos de tristeza, de dor. Aquela dor em que não quero pensar, que egoisticamente peço que nunca me bata à porta.
Relembro-me de abrandar, de não dar demasiada importância ao que não a merece, dos cafés que já não vou poder tomar porque havia sempre qualquer coisa que considerei mais importante nesse momento. Cheguei tarde, demasiado tarde; são cafés que não vou poder tomar. Lembro-me do V, da C....
Estes contrastes de emoções tão próximos lembram, mais uma vez, que a prioridade devem ser as pessoas. A família, os Amigos. Os que algum dia foram importantes para nós. Para mim. Um sorriso num determinado dia, Aquela palavra de que nos recordamos em momentos especiais.
Assusto-me com o impacto que percebo que causei em certas pessoas, sem ter dado por isso. Os apontamentos nas aulas não são esquecidos, como não o é a frase do peixe e do chinês para o HS, disse-mo na semana passada. Quem diria que o que digo é ouvido e não é esquecido...
É por isto que tenho mesmo de começar a ganhar tempo para mim, para os outros, para viver. Este ano foi muito complicado, e voltei às noitadas de trabalho, a ter dificuldade em dormir. Tenho de pensar em mim, de me cuidar, de cuidar e de estar para os outros.
E das casas, verdadeiros caos!
31.5.22
11.5.22
Some things never change...
Há quase um ano que não passava por aqui, e resolvi ler o último post que tinha publicado: reflecte, sem tirar nem pôr, o meu estado de espírito hoje! Pontaria, ou mostra que só aqui venho grasnar em dias complicados?
Continuo em teletrabalho. Continuamos todas. Continuamos a trabalhar muito, a entregar muito, mas há quem teime em não reconhecer isso. A achar que somos um bando de idiotas em descanso, a dizer, no meio de intensos vapores etílicos (à tarde, é impossível uma conversa decente!), que fazemos asneira (mesmo que essa dita "asneira" seja em cumprimento de indicações que recebi, mas que o álcool fez esquecer). E o trabalho que não pára de cair...
No meio de tudo isto, e apesar de em tempos de pandemia ter perdido 2 Tios (a idade, os maravilhosos noventas!), dou Graças a Deus pela família que tenho, pelos meus Pais e pelo meu irmão. Pelos valores que me incutiram, pela educação que me deram. Pelos amigos que me aturam e me vão dando na cabeça, umas vezes com razão outras nem por isso (digo eu...). Pelo trabalho e pelas pessoas com quem trabalho. Fantástica a minha equipa! Pelos projectos que fiz, em equipa. Pelos planos que tenho, pelas viagens que quero fazer. Pelo que consegui, pelo que construí. Pelo reconhecimento que vou tendo.
Hoje foi um dia bom pelo reconhecimento que tive (de fora, claro!). Fez ontem um ano que um projecto importante viu a luz do dia, depois de 5 meses e meio de preparação. Em plena pandemia. Em teletrabalho. Sem uma única reunião presencial mas com muitas reuniões por Go Meet ou Teams. E o projecto, muito desafiante e complexo, nasceu há um ano! Ontem não me lembrei da data (eu esqueci-me dessa data...! Como está a minha cabeça!) mas esta manhã, quando me lembrei, enviei um e-mail a dar os parabéns a toda a equipa envolvida no projecto e a agradecer. E recebi feedback tão bom! Gostamos de trabalhar juntos, é uma verdadeira parceria, com muito profissionalismo, pessoas incríveis a todos os níveis, e todos tão bons! Quiseram partilhar o meu e-mail com toda a empresa e até o CEO me agradeceu e elogiou.
Devia ter partilhado o e-mail pelo menos com o Dir., mas não merece. Não quero que estrague este momento, esta relação bonita de parceria que tenho. É minha, fui eu que a construí (felizmente ele deixou-me sozinha, depois da péssima imagem que deu na 1ª e única reunião em que esteve presente, certamente à espera que as coisas corressem mal e me pudesse mandar isso à cara). Os elogios são para mim, ficam comigo. Connosco. Para dar algum alento nos dias mais complicados, naqueles em que tenho de defender a minha equipa, o nosso trabalho, mostrar, pela milionésima vez, o que fazemos, que somos profissionais de mão cheia, que sabemos o que fazemos..
Cansa. Muito.
Mas estou grata pelo que sou, pelo que tenho. Pelos que tenho.
Obrigada!
E que o post do próximo ano seja diferente, para melhor!
28.6.21
Faz tempo...
Faz tempo que por aqui não passava... Muito, demasiado!
Estou cansada, farta de muito entregar e não ter reconhecimento.
Grata pela família, pelos amigos, pelo que tenho, pelo que consegui fazer. Pelo que entrego.
Grata pela incrível equipa que tenho comigo. Que trabalha com brio, motivados, entregam. E que mereciam bem mais respeito, reconhecimento.
Não, não é por continuarmos em teletrabalho.
Estão a pagar por eu me recusar a ser lambe-botas, a não querer ir picar o ponto só porque o Dir gosta, a não ir para os longos almoços bem bebidos que só denigrem a imagem da Direcção.
Quem mais entrega é quem está sempre mais em falta. Quem não se vai mostrar está em 'teledescanso', não trabalha, não faz nada, está de férias.
Só não tentei sair antes por respeito à fantástica equipa que tenho. Ao muito que entregaram, ao muito que fazem. E porque gosto do que faço!
Estou-lhes muito grata, mesmo.
Mas hoje, talvez pelo cansaço acumulado, dei por mim à procura de emprego.
Posso não sair mas vou tentar. Tenho de tentar, a bem da minha sanidade mental!
Quanto ao mais, Mr. Faj agora não fala. Não vou dar o que não quero dar. Não percebe a luta que interior que tudo representa. "Tenho de aproveitar", "a vida são 2 dias". "choninhas". Seja. Tudo isso e muito mais. Tenho de me respeitar, e isso é o mais importante! Se não percebem isso, se não aceitam isso, se não o respeitam, não servem para meus amigos. Por tudo o que houve, tenho muita pena. Mas são opções, minhas e do Mr. Faj. Pelos vistos já as fizemos. Adeus!
E o Twin. Não falamos como antes - o teletrabalho e as constantes reuniões não deixam. Mas está tudo bem. Saudades das conversas profundas que tínhamos, do contacto, dos cafés diários.
Quero chorar, preciso de chorar, de aliviar a alma.
Preciso de uma luz, de uma força que me diga se devo continuar a aguentar o trabalho ou sair. Porque cada vez está mais difícil aguentar o anormal do Dir...