30.5.06

A Igreja e os peditórios *

Escrevi isto há pouco no blog Dias Úteis, do Pedro Ribeiro, em resposta ao seu post...

"Tal como a Sendyourlove, também sou católica praticante. E também me custa muito ouvir estas coisas, porque dão azo a que cada vez mais pessoas critiquem a Igreja. Mas não podemos esquecer que a Igreja é feita por Homens, cada com coisas boas e más, com pecados e virtudes como qualquer humano. Felizmente, para além da Fé que sinto, conheço muitos exemplos de padres que me fazem continuar a acreditar nesta Igreja. Pelo seu exemplo, pela sua palavra, por me falarem ao coração, por serem tão diferentes do exemplo que contaste! Tenho pena que quem não vai regularmente à Missa ou não acredita em Deus não se tenha nunca cruzado com padres assim! Ou será porque é sempre + fácil pegar nos aspectos negativos para dar + força às críticas?

Querem exemplos de padres que não honram Deus? Também conheço; também poderia contar muitos... Mas prefiro agarrar-me aos outros casos, a todos os que me fizeram sentir muito melhor depois de os ouvir. Aos que verdadeiramente ajudam quem precisa.

Mas a Igreja também tem muita culpa em tudo isto. Por exemplo, ao permitir que pessoas sem Fé casem pela igreja ou baptizem os seus filhos só pela festa, para (se) poderem mostrar à família e aos amigos. Sem perceberem a importância desse gesto. E quantas das pessoas que tanto criticam a Igreja não casaram ou gostariam de casar com uma cerimónia religiosa? Isto é que é hipocrisia!
"

28.5.06

Comovo-me sempre...

... ao ouvir o Hino Nacional. Ontem ouvi (e cantei) enquanto o Roberto Leal o cantava na Praça do Giraldo, na cidade onde pouco depois Portugal jogaria um amigável com Cabo Verde. 4-1, bom treino para o Mundial. Coro afinadíssimo, a praça cheia a cantar com ele. Muitos braços no ar, muitos cachecois, muitas t-shirts da selecção. Sentia-se um apoio formidável aos nossos rapazes! E chorei, sim, chorei ao cantar o hino, ao ver a emoção com que era cantado. Gosto muito do nosso hino, e emociono-me sempre que o ouço. Mas entoado por uma multidão, onde o verde e o vermelho reinavam, isso 'arrasa' comigo!

Lembrei-me do que senti no Euro 2004, quando o cantei nas Docas, onde muitas gargantas (mais ou menos afinadas...) o cantámos em coro. A emoção que se sentia, o orgulho que se respirava são inesquecíveis! Estava acompanhada por um amigo de outro país, e recordo o respeito com que era escutado pelos estrangeiros que também ali estavam.

"A Portuguesa"
Música: Alfredo Keil

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

26.5.06

Há dias assim...

... em que o copo parece estar meio vazio, a caminhar rapidamente para o vazio. Em que, por mais ensolarado que esteja o dia, tudo parece cinzento: as pessoas, os lugares, os sonhos. Dizem que sou muito desconfiada, mas continuo a acreditar nas pessoas, a querer acreditar nelas, e depois... que valentes baldes de água fria com que nos presenteiam! Foi o caso, é o caso. Quero fugir, quero desaparecer, preciso de um abraço...

22.5.06

Faço anos!!!

I don’t particularly like birthdays. Nor mine, to be exact. I don’t recall the last time I had a birthday party, nor a birthday cake. I’m just one day older than yesterday, and one day younger than t’row, so what’s the big fuss? I never tell anyone it’s my birthday, still I like when friends or colleagues congratulate me. Feels so nice…

One of the reasons why I don’t like b’days (or mine) is because I always tend to think of all the projects I had planned to undertake, and all the ideas that are still well hidden in the shelves. And I tend to feel a bit (too) lonely.

I know a friend of mine knows the ‘gipsy guy’. For the 1st time I mentioned him to this friend of mine, who told me very nice things about him. I pretended I just knew ‘the gipsy’ slightly. He can’t guess how I feel. If ‘the gipsy’ called me, THAT would be a hell of a birthday gift!

And I keep on dreaming and dreaming… ;)

21.5.06

"My way"

Frank Sinatra - My Way
(P. Anka, J. Revaux, G. Thibault, C. Frankois)

[Recorded December 30, 1968, Hollywod]

And now, the end is here
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case, of which I'm certain
I've lived a life that's full
I traveled each and ev'ry highway
And more, much more than this, I did it my way

Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do and saw it through without exemption
I planned each charted course, each careful step along the byway
And more, much more than this, I did it my way

Yes, there were times, I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all, when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall and did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now, as tears subside, I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say, not in a shy way,
"Oh, no, oh, no, not me, I did it my way"

For what is a man, what has he got?
If not himself, then he has naught
To say the things he truly feels and not the words of one who
kneels
The record shows I took the blows and did it my way!

[instrumental]

Yes, it was my way

19.5.06

Lembranças

Hoje, como ontem, continuo sem conseguir esquecer histórias antigas. Histórias inacabadas. Mal escritas. Mal percebidas. Já não vale a pena tentar perceber. Tentei, achava que tínhamos deixado tudo esclarecido, que tínhamos sido claros quando dissemos o que pensávamos e o que sentíamos. E o que tínhamos pensado e sentido uns anos antes, quando nos conhecemos. Concordámos que tinha havido uma série de mal-entendidos, e que na altura nenhum questionou. E que tinha ficado claro que queríamos tentar, que achávamos que valia a pena. Enganos, puros enganos. Pelo menos da minha parte...

Será que dizes a todas o que me disseste? Se sim, tiro-te o chapéu pela tua cara-de-pau... Mas isto não coincide com a imagem que tinha de ti, sério, íntegro, honesto. E tanta coisa me lembra de ti: vejo as tuas iniciais nas matrículas dos carros (parece que pelo menos metade dos carros que circulam por cá passeiam o teu nome!), vou em sobressalto quando o telemóvel toca, e há sempre algo de ti na rádio que ouço, imagino encontrar-te quando passo nas ruas por onde andámos, nos sítios onde fomos. Imagino conversas, viagens, momentos partilhados.

Mas nada disto faz sentido. É mesmo (e apenas) “panca”, por as coisas não terem sido ditas “pretas no branco”. Pela incoerência entre o que disseste, as mensagens que me deixavas e os teus actos. Já não quero nada, a sério! Queria apenas que tivesses tido a honestidade de me dizer, olhos nos olhos, que tinhas mentido de todas as vezes que afirmaste que tinhas muitas saudades minhas, que quando nos conhecemos só não avançaste porque achavas que eu tinha outra pessoa, que pensavas em mim, que gostavas de mim...

18.5.06

Será?

"Precisas de te libertar e de deixar fluir a relação". Será? Fiquei a pensar nisto. E no que arrisquei, há uns anos, e no rotundo fracasso que daí resultou. Será que isto explica o que aconteceu depois? Ou não passa de uma desculpa? Acho que tenho tido alguns maus timings na vida. Será? É sempre mais fácil culpar o mundo do que nós próprios, não é?

17.5.06

Bahhhhh...!!!

"Gostei muito de te ver." Bahhhhh...!!!!

Когда ты гоборишь мне по телефону? никогда!

13.5.06

Surpresa!

Hoje fizemos uma surpresa à L. Lembrei-me que fazia anos e combinámos entre nós fazer-lhe uma surpresa. Comprei-lhe um fio que achei que era "a cara dela" para o darmos entre todos. Como sempre, R. chegou um pouco atrasado, e à entrada, com a porta entreaberta, fez-me sinal de que trazia um bolo! Ela corou, atrapalhou-se, e não achou muita piada quando lhe dissemos que a aula acabaria mais cedo para lhe cantarmos os parabéns. Refilou mas não teve hipótese. Ainda tentou atrasar as coisas mas fomos implacáveis! :)

As fotografias são prova da alegria que sentiu quando viu o bolo, quando lhe cantámos os parabéns, quando viu o fio. E com a reacção de outras pessoas que estavam nas mesas ao lado. Gostamos todos muito dela, e acaho que também gosta de nós. Embora não estudemos tanto quanto ela gostaria, nem quanto nós precisaríamos...! Excepto R., que não sei o faz naquela aula, no nosso nível, quando sabe muito, mas mesmo muito mais do que nós! Mas somos um grupo divertido, animado, muito heterógereo, damo-nos muito bem e gostamos muito uns dos outros.

Fiquei feliz. Ou melhor, ficámos todos felizes! Porque gostámos de lhe ter feito a surpresa, gostámos de lhe mostrar que é importante para nós. Pelo que nos ensina mas, acima de tudo, por ser assim, muito correcta, muito tímida, muito carinhosa, sempre preocupada connosco. Porque é muito especial. Porque, mas importante do que o bolo ou o fio, foi o termos-lhe mostrado que gostamos todos muito dela e que somos todos amigos.

Parabéns, L.! :-) E obrigada por te podermos ir conhecendo um pouco mais a cada sábado.

Reencontros

Voltámos a encontrar-nos esta semana. Por acaso. Sem o esperar, acabei por ter uma semana muito animada em termos sociais (já sabia que no trabalho também seria...). Só quando estava num dos eventos e vi chegar alguns colegas dele (notavam-se a milhas!) é que me lembrei que poderia também aparecer. Um bocado depois lá apareceu, como sempre, animado, conversador, como eu me lembrava dele. A "destilar" charme, como sempre. Uns minutos mais tarde viu-me e fiz-lhe adeus. Falámos um bocadito, foi bom, estive descontraída.

É curioso, nunca consegui perceber o que (não) se passou... Temos um condão para nos reencontrarmos de tempos a tempos (leia-se anos), falamos, aparentemente gostamos de conversar um com o outro, mas depois puff...!: desaparece de circulação. É verdade que gostei, que sonhei, que achei que poderia acontecer qualquer coisa muito boa. Imaginei mil razões para o desaparecimento, recriminei-me, fechei-me ainda mais. Três vezes aconteceu isto. E acho que percebi bem quando ouvi que também gostava, que tinha reparado em mim, que gostava que tivesse havido acontecido algo entre nós, e que da primeira vez só não se aproximou porque achou que eu tinha alguém. Errado, não tinha, mas não também não tentou...

Lembro-me de como a voz dele me acalmava. Das desculpas mais ou menos profissionais que arranjava para lhe ligar quando as coisas no escritório não corriam bem, há uns anos (já lá vão 9 anos, será possível?!). Porque só de ouvir a sua voz, mesmo que falássemos do tempo, me fazia tão bem... E a eternidade que demorava a dar-me um beijo na cara... E a mão nas minhas costas, puxando-me para si. Moreno, bem moreno. Muito simpático, sorriso bonito. Vestia bem, gostava do estilo. E adora (e sabe) cozinhar, segundo diz, enquanto que o meu jeito para a cozinha roça o nulo...

Não vou começar a sonhar. Chega de (des)ilusões, já não quero nada. Só de lembrar episódios antigos... Não sei se está sozinho, já não me interessa. Disse que me ligaria para um almoço. Se calhar até liga, se calhar até vamos almoçar, se calhar até diz que tem pena que nos tenhamos afastado, se calhar até dirá que agora vai ser diferente, se calhar até dirá que podemos ser amigos, e muito provavelmente voltará a desaparecer... até novo (re)encontro, daqui a uns anos.

Não há duas sem três, haverá 3 sem 4?

5.5.06

'How lucky am I?'

Your Luck Quotient: 62%

You have a high luck quotient.
More often than not, you've felt very lucky in your life.
You may be randomly lucky, but it's probably more than that.
Optimistic and open minded, you take advantage of all the luck that comes your way.

3.5.06

Timshel

"Any writing which has influenced the thinking and the lives of innumerable people is important. Now, there are many millions in their sects and churches who feel the order, ‘Do thou,’ and throw their weight into obedience. And there are millions more who feel predestination in ‘Thou shalt.’ Nothing they may do can interfere with what will be. But 'Timshel! Thou mayest’! Why, that makes a man great, that gives him stature with the gods, for in his weakness and his filth and his murder of his brother he has still the great choice. He can choose his course and fight it through and win.”

in "East of Eden", by John Steinbeck

Desde que li pela primeira vez que li John Steinbeck que me apaixonei pela sua escrita. E isto significa devorar todos os seus livros. Devo ter lido "A Leste do Paraíso" há uns vinte anos, e desde então tem sido O meu livro! 'Timshel' - Thou shalt'. As vezes que me lembro desta palavra e de tudo o que ela representa...! Cada um de nós tem de facto a hipótese de escolher o seu caminho, e são essas escolhas que determinam a nossa Grandeza. Perante os próprios e perante o mundo.

'Timshel' - Thou shalt'. Todos os dias faremos escolhas. Será que tenho feito as escolhas correctas? Não sei, não...

Oh, como eu gostava de ser Grande...

1.5.06

"O Costa do Castelo"

Num zapping esta tarde, tive a sorte de dar com o "Costa do Castelo" mesmo a começar na RTP1. É o que chama hora de sorte! Porque é sempre um prazer rever os clássicos do cinema português: "O Pai Tirano", "O Pátio das Cantigas", "O Leão da Estrela", "A Canção de Lisboa", "A Menina da Rádio", este. O nível dos actores (com António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho à cabeça, ou ainda Maria Matos, Hermínia Silva, Milú, Beatriz Costa, Laura Alves, Curado Ribeiro, Lopes Barroso, Óscar Acúrcio). A naturalidade da representação, os textos, os trocadilhos, os duplos sentidos (sãos, sempre, muito ricos). E o partido que os actores tiravam do seu corpo (Ribeirinho, por exemplo, mestre nesta arte). A imaginação e a riqueza das cenas... A magia do preto e branco, o reviver uma parte da História do país, como se vivia, os objectos, as relações e convenções sociais...

Arthur Duarte, António Lopes Ribeiro, Cottinelli Telmo, Francisco Ribeiro (Ribeirinho), mestres maiores desta arte. Realizadores sem igual.

Histórias divertidas, que nos agarram ao sofá, queremos que não acabem. Bem vistas as coisas, não são ainda muito actuais? Quantas vezes não damos por nós, ainda hoje, a repetir frases destes filmes, ou recordamos cenas? O monólogo de Vasco Santana com o candeeiro em "O Pátio das Cantigas", ou ainda a ginástica matinal dele e do Ribeirinho, ou o furo na parede da adega, as contas de António "Evaristo" Silva, alfaiate em "A Canção de Lisboa" nas costas de um seu cliente, os inesquecíveis "Ó Evaristo, tens cá disto...?" ou "Chapéus há muitos..." do quase-médico Vasco Santana, o enredo e os disfarces, o "assalto" à casa dos ensaios, o "Não tem pastéis de bacalhau? Então pode ser um copinho de vinho branco" n'"O Pai Tirano", o "Viúva Clicquót" bebido no Porto no "Leão da Estrela", o jogo, os preparativos, ...

Ainda hoje me surpreendo a ver estes filmes. E já perdi a conta às vezes que os vi! Lembro-me de muitos pormenores, de frases, mas é sempre uma descoberta. Destes, não consigo escolher o meu favorito... O que sei é que nunca me canso de os ver e de rir com eles!