Tenho pena de quem respira sem viver. De quem só respira porque o faz sem pensar, mas não vive.
Estou a pensar num caso em concreto. Nos seus setentas, viajada q.b., foi professora de Inglês no secundário. Não tem TV em casa porque diz que não precisa. Solteirona, viveu muitos anos com uma empregada uns bons anos mais velha do que ela. Está a leste do que se passa no mundo, não se interessa por nada. Não lê jornais, não lê livros. Cultura geral: zero. Dorme. Nada lhe suscita o mínimo interesse, nem uma actividade, nem um passeio. Dorme. 'Ursa'. Hiberna. Respira porque sim. Não vive. Não sei se alguma vez viveu. Conseguiu cortar relações com toda a família.
Contam-se pelos dedos de uma mão (e ainda sobram...) as pessoas que se preocupam com ela, que lhe procuram fazer companhia.
Tenho pena de gente assim, de gente que 'é coisa' por opção.
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