22.3.06

Que sentimento de vazio...!

É como me sinto, e cada vez mais... Cansada, "gasta", estoirada, sozinha, vazia. Apetece-me fugir, desaparecer, recomeçar longe.

20.3.06

Ah, doença boa...!

Há c'anos que não sinto 'aquele' friozinho na espinha, as pernas bambas, as palavras tartameladas, os arrepios aos toques de pele. O imaginar a todo o instante o que estarás a fazer, em que estarás a pensar. O vestir-me a pensar em ti. Sonhar mil e uma conversas, 'desenhar' passeios na minha cabeça. O nervoso miudinho antes de qualquer encontro. Ter vontade de cantar, de sorrir, de dizer a todos que estou 'irremediavelmente doente'. Estar apaixonada. Que saudades de me sentir de novo 'teenager inconsciente'...! De me sentir viva! De sentir que há alguém muito especial que também me acha especial. Tenho saudades, oh se tenho...!


"Everybody Knows (Except You)" *
The Divine Comedy

I told the stars above
about the one I love
I told the morning sun,
yeah I'm telling everyone

I told my mum and dad,
they seemed to understand
And I'll get through to you
if it's the last thing that I do

Everybody knows that I love you
Everybody knows that I need you
Everybody knows that I do
except you

I told all of my friends
again and again and again
I drove them round the bend
so now you're my only friend

I told the passers by,
I made a small boy cry
And I'll get through to you
if it's the last thing that I do

Everybody knows I live for you
Everybody knows I adore you
Everybody knows that it's true
except you

* Esqueçam a versão 'tuga dos Delfins. Não tem NADA, mas é que não tem mesmo NADA a ver!

Gosto muito dos Divine Comedy ("apresentados" por um amigo que me chamava musicalmente inculta...), mas de todas as canções que conheço, esta cedo se tornou para mim na que melhor descreve essa 'doença', essa mistura de sentimentos tão fortes, tão intensos, tão agradáveis que vivemos quando estamos apaixonados.

Ora digam lá que não é assim...

19.3.06

Mais um fim-de-semana...

Mais um fim-de-semana se passou. Agitado (no bom sentido), agradável. Pena a chuvada de hoje. Ok, eu sei que faz falta, mas lá que tem chovido muito, tem! Tanto que encheu um dos terraços de casa, e fez entrar água para o corredor! Esta tarde lá andei eu de chinelos e calções no terraço a escoar a água e a limpá-lo. À espera de novas chuvadas... Aquilo até nem estava entupido, mas a intensidade da chuva deve ter sido tão grande que o ralo não deu vazão a tanta água.

Devia ter adiantado umas coisas de trabalho, mas ainda não lhes peguei. As últimas semanas têm sido complicadas, e não seria por trabalhar hoje que conseguiria sair a horas decentes nos dias que se avizinham. Ao menos descanso 'daquilo' no fim-de-semana, já não é mau.

E ainda tenho de fazer o IRS, e tenho de estudar...

16.3.06

Tenho de comprar uma bicicleta!

Tem mesmo de ser; desta é que é! Preciso de fazer exercício, preciso de arejar, de ver pessoas. Como tenho a sorte de morar num sítio bonito para andar de bicicleta, tenho de afastar a preguiça e disciplinar-me. Acho que me vai fazer bem à cabeça. Desta é que tem mesmo de ser!

14.3.06

Computadores

Como é que máquinas que nos permitem poupar tanto tempo e simplificar a vida nos conseguem também dar tantas dores de cabeca e atrasar o trabalho todo? E estamos já tão dependentes deles que se nos falham por uns minutos que seja ficamos 'às aranhas'!

13.3.06

Este ano não vou à neve...

...e tenho tanta pena!

Gosto da emoção dos preparativos, de rever o material, da viagem. De ver a neve aparecer lá ao longe, à medida que nos aproximamos do destino. Do cheiro frio, do ar gelado que nos enche por dentro. Da chegada, da compra dos forfaits, do aluguer dos skis e do experimentar das botas. Do levantar cedo, do correr para as cadeirinhas, da 1ª descida. E de todas as outras, das pistas que se vão descobrindo, das vistas fantásticas que nos passam pelos olhos. Por sentir a cabeça "limpa", o "disco formatado", como costumo dizer, ao fim de 5 minutos de skis nos pés. Da neve fofa, dos saltinhos. Das aulas, do que vou evoluindo, das descidas rápidas, das gargalhadas. De skiar de t-shirt, nos dias quentes. Das pistas junto a lagos ou ladeadas por árvores. De descansar ao sol, sentindo a neve trespassar o fato. Do almoço comido à pressa para não perder tempo, numa qualquer esplanada (há sempre tantas pistas por descer...!). De rematar o almoço com um chocolate quente (sempre pequeno e caríssimo, já sei!). Das quedas em neve fofa (quando acontecem; felizmente são cada vez mais raras). Das gargalhadas, das fotos, dos filmes que ficaram para a posteridade. Dos minutos passados no alto, apenas a olhar para as montanhas à volta, para o mundo lá em baixo, ao longe, pequenino... Do que isso me acalma. De me sentir livre e tão feliz ali! De correr para a cadeirinha que nos levará às pistas mais altas, para depois as descermos calmamente, até ao fim, e sermos os últimos - ou quase - a regressar. Da inevitável batalha de neve, pelo menos no último dia, após a última descida. De me sentir qual astronauta quando tiro as botas pesadas. De comer uma sopa quente no apartamento, ou de me deliciar com um belo crepe doce, numa café ou numa crêperie onde ficamos horas e horas na conversa, a contar as histórias do dia e planear o dia seguinte. Do jantar (ou não...), da desarrumação da casa, das trocas e baldrocas e confusões. Das discussões sobre quem lava a roupa e limpa a casa em cada dia. Das risadas, das cartadas e jogatanas que nunca faltam noite dentro. De me sentir completamente de rastos, cedíssimo para os padrões normais, e de me deitar a sonhar com as pistas, e os skis, e a neve. Das nódoas negras, dos músculos doridos, e do prazer que isso me dá! De pensar nas pistas que ainda vou descer. Da luta interior do último dia, entre o cansaço acumulado, a razão, que me dizem para descansar (com os joelhos já a dar sinal, é o costume), e o coração, a adrenalina, que me empurram para as pistas. Luta desigual, injusta: ganha sempre a emoção de voltar às pistas, de aproveitar até à última cadeirinha, ao último minuto, ao último segundo. E a tristeza de deixar tudo aquilo, aquela calma, aquela paz de espírito. E o arrumar as malas, as saudades que já apertam, os planos que se fazem para o ano seguinte. Do último olhar para as pistas, da última neve que se vê.
De ser tão feliz ali, no meio daquela imensidão, de me sentir tão pequenina ali no cimo da montanha, rodeada de branco e de árvores.

Este ano não vou à neve. (Mas pedi para descerem uma por mim.)

6.3.06

Grandes verdades!

Conversa no escritório, hoje, ao cair da noite:

- Ando a sair tão tarde que quando chego a casa já nem me apetece jantar, e mal vejo o meu marido!
- Pois tu ainda tens sorte, tens marido...
- Sim, falas de barriga cheia!
- Nós nem temos tempo para procurar um!
- ... quase nem brinco com a minha cadela...
- Só ele nos vier bater à porta: "Olá, boa noite, queres casar comigo"?
- Por isso é que há tantos casos com colegas de trabalho...
- ... não há tempo para ver outras pessoas!
- Podemos mandar um mail a toda a empresa, pode ser que haja interessados...
- Ou pomos um anúncio...
- Parece que o que está a dar é ir às compras sozinho com crianças...
- ... ou com cães, têm muita saída!
- Sim, começam logo a meter conversa!
- Emprestas-me a tua cadela?
- É o cutchie, cutchie, umas festinhas ao cão...
- Um amigo meu disse que "emprestava" a filha a amigos solteiros para ver se tinham mais saída...
- Então vou passear passear com a minha afilhada...
- Pronto, este fim-de-semana vou passear com os meus sobrinhos...
- ... o pior é que nem tenho tempo para a ir buscar!
(risos)

E assim se passaram uns minutos de boa disposição, de descontacção após (mais) 1 dia altamente stressante.

Amanhã há mais... um dia altamente stressante, claro!

5.3.06

Comunhão de sentimentos

Esta manhã fui à Missa a uma igreja a que não ía há largos meses. Há uns anos ía lá com muita regularidade, mas depois, por razões várias e se calhar pouco importantes acabei por passar a frequentar outra paróquia. De cujas celebrações também gosto muito.

1ª Domingo da Quaresma. A igreja, pequena, estava cheia. É bonita, uma sobrevivente nesta Lisboa.

À medida que a cerimónia ía decorrendo, perguntava-me como tinha sido possível passar tanto tempo sem ali voltar. A homilía foi curta mas daquelas que nos (me) "tocam". O sacerdote falou com o coração, pensava em voz alta, era igual a qualquer um de nós, os fiéis que nos deliciávamos com as suas palavras.

A cerimónia tem traços que a tornam diferente, única, mais pessoal e intimista do que muitas outras a que já assisti. O Pai Nosso, cantado, foi tão emotivo que não consegui acabar de o rezar. Umas lágrimas teimavam em aparecer. Bem olhei para cima, para baixo, tentei disfarçar. E foi então que a rapariga de cerca de 30 anos que estava ao meu lado se baixou, abriu a carteira e tirou um lenço de papel. Constipada? Não, mas também tinha os olhos molhados. Sorri. E eu a pensar que era uma 'mariquinhas', que chora por tudo e por nada. Afinal a cerimónia tinha-a "tocado" também. Éramos cúmplices, partilhávamos o mesmo segredo. Procurei também um lenço e tentei secar os olhos. Em vão... :) Ao Abraço da Paz trocámos um sorriso cúmplice e 2 beijos.

Todo o dia pensei nessa Missa e na forma simples e despretensiosa como decorreu. Mas mais eficaz teria sido difícil! Senti-me com vontade de mudar o mundo, de dar o meu melhor, com um elo muito forte com as pessoas que comigo tinham assistido às palavras sábias do sacerdote e que tinham partilhado dessa hora tão especial. Tão tocante... Senti-me com muita fé, como há muito não sentia. Não sei (ainda) o nome do sacerdote mas tenho a certeza que me vou lembrar por muito tempo de algumas das questões que nos (me) colocou do ambão e da cumplicidade com a minha "companheira" de banco...

E agradeço a Deus ter-me levado esta manhã de volta àquela igreja...

3.3.06

Injustiças!

Sinto-me triste, injustiçada, revoltada com a falta de respeito e de consideração que por aí grassa. Apetece-me bater, gritar, fugir. Mas sei que não adianta... E alternativas, nem vê-las...! Haja paciência e ironia q.b....

2.3.06

Estão a ver?

Eu não disse que não sabia há quantos anos tinha sido (ver post de dia 28)? Afinal foi só há 2 (dois!) anos! Como é que pude ter-me enganado desta maneira? Ai a minha cabeça...!

Tal como temia...

Pois é... tal como temia, a semana tem sido difícil! Mais uma viagem (ao menos correu bem), mas amanhã, lá estou de volta ao escritório. E que confusão por lá anda, não apetece nada! O que vale é que depois vem logo o fim-de-semana...

Apesar de tudo, há coisas que nos fazem sentir bem. Muito bem mesmo! Uma delas é saber que deixei amigos nos sítios por onde passei (ou melhor, onde trabalhei), e que ainda não apagaram o meu nº das agendas dos telemóveis! E se há vantagem em fazer viagens longas, é que se pode passar mais tempo a matar saudades dos amigos. Vivas a quem inventou os telemóveis!